Plano de Saúde Recusa Medicamento Essencial para Insuficiência Cardíaca:Como Garantir Seu Direito ao Tratamento Prescrito

Quando um paciente é diagnosticado com insuficiência cardíaca, a urgência de seguir o tratamento adequado pode ser a diferença entre a vida e a morte. No entanto, muitos enfrentam a negativa de cobertura por parte dos planos de saúde para medicamentos essenciais, como o Repatha (Evolocumabe), prescrito para tratar essa condição e prevenir agravamentos, como infartos e outras complicações cardiovasculares.

Em um caso concreto, uma paciente com insuficiência cardíaca grave e histórico de infarto agudo do miocárdio foi surpreendida pela recusa de seu plano de saúde em custear o medicamento prescrito por seu médico especialista. Além da insuficiência cardíaca, a paciente também sofria de doença renal, o que tornava o tratamento com o medicamento imprescindível para a normalização dos índices de colesterol e a prevenção de novos eventos cardíacos.

 

O Direito ao Tratamento Prescrito

O medicamento Repatha foi indicado para a paciente por um médico especializado, com o objetivo de controlar o colesterol LDL de maneira eficaz, uma vez que as terapias convencionais não estavam surtindo efeito. No entanto, o plano de saúde negou a cobertura, sob o argumento de que o medicamento não consta no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), uma justificativa frequentemente utilizada por operadoras para evitar custos com medicamentos mais modernos e caros.

Contudo, é importante destacar que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) já firmou entendimento de que o rol da ANS é meramente exemplificativo, e não exaustivo. Isso significa que o plano de saúde não pode se basear unicamente no fato de o medicamento não estar listado para negar a cobertura. O principal objetivo do plano de saúde é garantir o bem-estar e a vida do paciente, e esse direito deve prevalecer sobre os interesses econômicos da operadora.

 

A Recusa de Cobertura e Seus Impactos

A recusa de um plano de saúde em custear um medicamento essencial como o Repatha pode ter consequências graves. No caso da paciente com insuficiência cardíaca, a falta do medicamento compromete diretamente sua qualidade de vida e aumenta o risco de novos eventos cardiovasculares, como infartos. A insuficiência cardíaca é uma condição debilitante que requer monitoramento constante e o uso de terapias eficazes, sem as quais o paciente corre o risco de deterioração rápida.

Além disso, a negativa de cobertura gera uma situação de desespero para os pacientes, que muitas vezes se veem obrigados a recorrer à Justiça para garantir o acesso ao tratamento que já foi prescrito e considerado necessário por seus médicos.

 

O Que Diz a Lei?

A jurisprudência é clara: planos de saúde não podem interferir na prescrição médica. O STJ já decidiu que o plano de saúde deve cobrir o tratamento de doenças que estão previstas no contrato, e não pode limitar a escolha do tratamento feita por um médico especialista, mesmo que o medicamento prescrito não esteja no rol da ANS. Em decisões como o REsp nº 1769557/CE, a Ministra Nancy Andrighi enfatizou que o rol de procedimentos da ANS tem caráter exemplificativo, reforçando o direito dos pacientes de receber tratamentos considerados necessários para sua saúde.

Ademais, os tribunais brasileiros consideram abusivas as cláusulas que excluem tratamentos indispensáveis ao paciente, especialmente quando essas exclusões frustram o próprio objeto do contrato de plano de saúde, que é garantir a saúde e a vida do beneficiário.

 

Garantindo o Direito ao Tratamento

Se você ou um ente querido enfrenta uma situação em que o plano de saúde nega a cobertura de um medicamento prescrito para insuficiência cardíaca, é fundamental buscar o auxílio de um advogado especializado em direito à saúde. Um advogado pode ajudar a garantir que seus direitos sejam respeitados, movendo uma ação judicial para obrigar o plano de saúde a fornecer o tratamento prescrito.

Na Justiça, muitos pacientes têm conseguido liminares que obrigam os planos de saúde a cobrir o tratamento de maneira imediata, evitando que a saúde do paciente se deteriore enquanto o processo segue. Além disso, os tribunais têm reconhecido o direito dos pacientes à indenização por danos morais, dado o sofrimento e a angústia causados pela negativa injusta de tratamento.

 

Conclusão

A luta contra a insuficiência cardíaca é difícil o suficiente sem a interferência dos planos de saúde na escolha do tratamento prescrito por especialistas. Negar a cobertura de medicamentos essenciais, como o Repatha, com base em justificativas econômicas ou no rol da ANS, é um ato que coloca a vida do paciente em risco.

Se você está enfrentando essa batalha, não hesite em buscar apoio jurídico para garantir o seu direito à saúde. Um advogado especializado pode ser a chave para assegurar que você receba o tratamento adequado e preservar sua qualidade de vida.

O direito à saúde é um direito fundamental. Não permita que o plano de saúde negue a você o tratamento necessário para enfrentar a insuficiência cardíaca. Entre em contato com um advogado especializado e lute pelo seu direito de viver com dignidade.

Fale Conosco

Para proporcionar uma melhor experiência ao usuário, este site usa cookies e dados pessoais. Ao clicar e aceitar você concorda e se declara ciente dessas condições. Acesse aqui nossa política de privacidade.